RESENHA: O garoto quase atropelado.

RESENHA: O garoto quase atropelado.



O garoto quase atropelado foi uma leitura dolorosa. Logo no primeiro livro que leio do autor, já consigo sentir a vontade de ler tudo que ele escreve, Vinicius Grossos transmite com paixão os sentimentos dos seus personagens.

Confesso que esperava um desenvolvimento totalmente diferente do que foi apresentado e o desfecho é simplesmente arrebatador.


''[...] se o fato de uma pessoa ser gay já é difícil num mundo em que tudo é voltado para os héteros, por que a sociedade têm que tornar tudo tão mais complicado? Será que não é possível conviver com as diferenças?''


SINOPSE: O garoto quase atropelado conta a história de um adolescente que começa a escrever um diário, como sugestão de sua psicóloga, para poder expressar os seus sentimentos, pensamentos e desabafos, pois por causa de um trauma sofrido a alguns meses atrás, ele simplesmente parou sua vida – saiu da escola, se isolou do mundo e entrou num princípio de depressão.

Então ele conhece Laís, a cabelo de raposa. Uma menina impulsiva, misteriosa e instigante, que o tira de sua bolha de solidão. E na bagagem, seus dois amigos: Acácio, que ele apelida de o James Dean não-tão-bonito, um jovem gay que sempre tem uma piada pronta e o conselho para dar; e a menina de cabelo roxo, Natália, que sofre com problemas de autoestima e distúrbios alimentares.

De tão diferentes, os quatro constroem uma bonita, espontânea e sólida amizade. E todos eles, com seus próprios dramas, que se conectam para entender e lidar, contando com a ajuda um do outro.

Título: O garoto quase atropelado
Autor: Vinícius Grossos 
Editora: Faro Editorial
Número de páginas: 272
Gênero: Ficção jovem
ISBN:  9788562409462


''Acho que por trás de toda pessoa que parece poderosa existe alguém bem frágil e com a alma cheia de buracos.''


O garoto quase atropelado é um livro narrado em primeira pessoa e conta a história de quatro amigos, sendo que três deles já se conheciam e o quarto é o nosso protagonista, que entra na amizade já construída pelos três e serve como ponte para conectar novamente os amigos. Ele que vivia sozinho, depois da morte do seu melhor amigo, nunca imaginaria que seria amigo de pessoas que pareciam tão populares e cheias de vida. 

[...] Mas então comecei a enxergar cada um em separado. Os três demonstravam viver uma vida de coragem, liberdade e felicidade, mas, no fundo, estavam tão perdidos quanto eu. Página 81. 

A história se desenvolve focando na amizade dos quatro e principalmente no romance entre o garoto quase atropelado e a cabelo de raposa. 

Os temas abordados no livro são extremamente pesados, alguns o autor sobre tratar com maestria, com cuidado e responsabilidade, outros eu senti que faltou um pouco de pesquisa e cuidado. Mas, isso também vai da vivência de cada um. Por isso, deixo avisado que o livro traz alguns gatilhos. 

A playlist acrescentada ao roteiro do livro é um charme. E para quem conhece as músicas é uma experiência incrível. Caso o leitor não seja tão ligado assim em músicas, sugiro que ouça as canções e leia as letras antes de abrir o livro. Pois, sem duvidas, é um excelente complemento. De qualquer forma, também há a tradução das letras no livro, junto com a versão original, então mesmo que você não conheça as músicas entenderá o contexto. 

[...] É o ciclo da vida. Alguns dias são de sol, outros de chuva, mas não significa que mesmo em uma terrível tempestade, o sol não esteja lá. Só é mais difícil de enxergá-lo. Página 136. 

É claro que o livro também possui alguns problemas, principalmente de revisão, mas nada que atrapalhe a leitura. 

Por ser um diário, a aproximação entre leitor e escritor é maior, fazendo com que o contato com o personagem seja mais crível. 

Outro ponto positivo são as ilustrações que tornam a diagramação ainda mais bonita. É pesado, triste e devastador. É um livro que com certeza eu recomendo. 




Encontre o livro aqui.